quinta-feira, 16 de outubro de 2008

BANGLADESH



Dados gerais





Capital

Daca

Governo
Parlamentarismo, chefiado pelo presidente Iajuddin Ahmed desde 2002

População
158,7 milhões (25% urbana)

Área
143.998 km2

Localização
Sul da Ásia

Idiomas
Bengali, inglês

Religião
Islamismo 85,8%, cristianismo 0,7%, hindu 12,4%, budista 0,6%

População cristã
1,3 milhões

Perseguição
Algumas limitações

Restrições
A lei garante liberdade religiosa, mas os cristãos sofrem discriminação e violência



O território de Bangladesh localiza-se a leste da Índia e ocupa as planícies cortadas pelos rios Ganges e Bramaputra. Em conseqüência de sua localização, o país recebe grande quantidade de chuvas e está sujeito a inundações constantes.

Mais de 158 milhões de pessoas vivem no país, tornando-o a sétima nação mais populosa do planeta. A maior parte do povo bengalês vive nas regiões rurais e menos de 30% dos habitantes reside nas cidades. Um terço da população tem idade inferior a 15 anos, tornando Bangladesh um país muito jovem. A etnia bengali corresponde a 98% dos habitantes, e no que se refere à religião, dividem-se em muçulmanos e hindus. Cerca de 2% da população é constituída de grupos minoritários, sejam tribais ou formados por estrangeiros.

Bangladesh é uma das nações mais pobres do mundo. O país sofre com a superpopulação e com os constantes desastres naturais - como ciclones e inundações implacáveis - que resultam em grande número de mortes. Tais problemas, agregados à corrupção, têm obstruído qualquer tentativa organizada de se elevar o padrão de vida dos bengaleses. Em curto prazo, parece haver poucas esperanças que a pobreza venha a ser substancialmente diminuída.

A juta já foi um dos principais artigos de exportação do país, e enfrentou dias difíceis com o aumento da popularidade do plástico. Há um pequeno e privilegiado grupo de pessoas ricas e um grande número de pobres em Bangladesh. Devido ao desemprego, muitos bengaleses têm deixado o país à procura de trabalho na Malásia, em Cingapura e no Oriente Médio.

O país também está ameaçado de uma crise de alimentos, e o aumento dos preços pode se tornar um fenômeno comum. A alta do preço dos grãos no mercado internacional, as deficiências na agricultura nacional e as recorrentes enchentes são algumas poucas razões para essa crise.

Até 1947 o território bengalês pertencia à Índia e era conhecido como Bengala Oriental. Nesse ano, o Paquistão tornou-se uma nação independente e incorporou o território bengalês, cuja população era predominantemente muçulmana. A partir de então, Bangladesh passou a ser conhecido como Paquistão Oriental. Em 1971, inicia-se uma cruel guerra civil pela independência que culminou com a derrota do Paquistão pelas forças bengalesas apoiadas militarmente pela Índia. Desde então, os anos de vida deste país têm sido marcados por corrupção, instabilidade, assassinatos e 18 golpes de Estado. Uma ditadura militar de nove anos terminou em 1991 com a restauração da democracia e a eleição de uma mulher, Begum Khaleda Zia, como primeira-ministra.

A agitação social, entretanto, parece crescer. Em agosto de 2007, milhares de estudantes da Universidade de Daca revoltaram-se e atearam fogo a uma picape e outros dois veículos do Exército. Essa explosão logo ganhou proporções nacionais, e manifestos surgiram em outros campi. A sociedade apoiou os estudantes em uma campanha pelo fim do estado de emergência, promulgado em janeiro de 2007. A revolta durou dois dias, depois dos quais o governo estabeleceu um toque de recolher na cidade de Daca, por tempo indeterminado.

Muitos crêem que esse incidente indicou o aumento na insatisfação com o governo interino, por sua incapacidade de controlar a crescente inflação e por sua questionável corrupção. As enchentes que devastaram o país em 2007 somam-se a esses motivos.

Desde a independência até 1988, Bangladesh foi um Estado sem identidade religiosa, mas nesse ano o governo bengalês declarou o islamismo como a religião oficial do país. Esta decisão acirrou a tensão entre muçulmanos e seguidores de outras religiões.

Cerca de 85% da população professa o islamismo e a maioria dos muçulmanos é sunita. Os hindus correspondem à quase totalidade dos 15% restantes, porém ainda existem pequenos grupos de budistas, animistas e cristãos. Os hindus sofreram severas baixas devido a mortes e fugas de refugiados durante a guerra civil de 1971, mas apesar de sua desvantagem numérica, eles continuam sendo uma minoria influente e de voz ativa.

A Igreja

Entre os primeiros cristãos que chegaram a Bangladesh no século XVI, já figuravam missionários católicos. Entretanto, foi o ministério do missionário protestante William Carey, iniciado em 1795, que impactou profundamente o país. Hoje em dia, no entanto, o número de cristãos bengaleses é muito pequeno, apesar do extenso trabalho de vários missionários cristãos ao longo de décadas.

Quase todos os muçulmanos convertidos ao cristianismo mantêm sua fé em segredo, embora existam alguns poucos exemplos de vilas inteiras voltando-se a Cristo e testemunhando publicamente sua conversão. No entanto, a maioria desses cristãos é formada por camponeses pertencentes a castas hindus inferiores, ou membros de pequenas tribos (estes últimos são comprovadamente mais receptivos ao cristianismo). O pequeno número de cristãos (0,84% da população) e a divisão em pelo menos 32 denominações têm enfraquecido sobremaneira a posição cristã. Nem os católicos nem os protestantes estão envolvidos fortemente com o evangelismo. Ao longo dos anos, a atuação cristã tem se concentrado mais na esfera da educação.

A Igreja em Bangladesh sobrevive em meio à dificuldade. As atividades evangelísticas cresceram com as mais de cem novas igrejas formadas por ex-muçulmanos, acrescentadas apenas em 2007.

A Perseguição

O governo bengalês prudentemente decidiu não colocar em risco a ajuda ocidental que recebe e não adotou um processo aberto de islamização do país. Mas países islâmicos participam do programa nacional de ajuda humanitária, afetando políticas em detrimento dos convertidos e de outras organizações cristãs.

Apesar de os muçulmanos fundamentalistas constituírem uma minoria, eles se esforçam incansavelmente para pressionar o governo atual a adotar o rigoroso cumprimento da sharia. Com a crescente participação de nações islâmicas, notadamente do Oriente Médio, no programa de auxílio ao país, o governo acredita que deva fazer concessões aos sentimentos muçulmanos. Isso poderia afetar drasticamente os direitos civis dos cidadãos não muçulmanos.

A maior parte da perseguição se dá na zona rural. A influência dos clérigos muçulmanos é forte em muitas dessas comunidades. Novos convertidos tornam-se, então, vítimas da perseguição, e são socialmente marginalizados. Em muitos casos são agredidos, proibidos de ter acesso aos poços artesianos da vila, e coagidos a renunciar sua fé.
Nessas comunidades, eles ainda podem ser pressionados pela família. Casamentos são desfeitos quando um dos cônjuges se converte, e divórcios são incentivados pelos sogros.

Em junho de 2007, moradores muçulmanos do distrito de Nilphamari, armados com bastões de madeira, espancaram violentamente 10 novos cristãos convertidos e ameaçaram incendiar a casa deles, caso não deixassem a vila. Dois líderes foram ameaçados de morte, caso continuassem a evangelizar.

A polícia se negou a registrar a queixa dos cristãos e ainda os ameaçou de prisão por "converter muçulmanos", caso insistissem no registro da ocorrência. Os muçulmanos que participaram do ataque gritavam: "Ninguém virá salvar vocês. Nós somos mais fortes do que vocês!". Durante a agressão, um dos cristãos conseguiu pegar o telefone e ligar para um líder cristão de uma cidade próxima e disse: "Estão batendo na minha esposa. Por que fariam isso com ela? Agora estão vindo na minha direção".

Muitas das vítimas foram encaminhadas para hospitais, e uma casa acabou destruída no ataque, que ocorreu depois do batismo de 42 cristãos em um rio. Dias depois, as autoridades de uma mesquita em Durbachari impediram o acesso dos cristãos à única fonte de água potável existente na região. Desde então, os cristãos precisam andar 600 metros carregando para buscar água.

Motivos de Oração

1. A Igreja sofre com o alto índice de pobreza. Ore para que cristãos de todo o mundo possam suprir as necessidades de Bangladesh, particularmente na área econômica.

2. O país tem sido assolado por inúmeros desastres naturais. Peça a Deus para que a Igreja local consiga desenvolver projetos que possibilitem uma resposta rápida a esses eventos que se repetem quase todos os anos.

3. Bangladesh tem sido prejudicado pela turbulência política interna. Ore para que os cristãos bengaleses sejam ministros de restauração e reconciliação, e desenvolvam um espírito de caridade em todo o país.

Fontes
- 2007 Report on International Religious Freedom (http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2007/)
- CIA Factbook 2008 (https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/)
- Países@ (http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php)
- Open Doors International

Missão PORTAS ABERTAS - http://www.portasabertas.org.br

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FOTOS


Assembléia Nacional, em Daca (capital)


Mãe com seu filho


Forte Lalbagh, um dos pontos turísticos em Daca


Trânsito de bicicletas (na verdade, os tradicionais triciclos que são usados em todo o sul e sudeste asiático como 'táxis')


Favelas em Daca (ou Dahka), a Capital do país


Criança aos pés de mangueira (para quem não sabe, as mangueiras são originárias daquela região)


Rua movimentada

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